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A vida precisa de tempero, e de cor!
Quantas vezes nos deparamos com decisões difíceis? Quantas vezes andamos a moer dias e dias até termos uma resposta? Quantas vezes ficamos a moer outros tantos dias depois de tomarmos a decisão? Será que foi a certa? Ou a errada?
Falo por mim, sou indecisa. Ou melhor, tenho a mania de querer saber as opiniões dos outros acerca das decisões que devem ser só minhas. Mania antiga de procurar aprovação para tudo o que faço...
Portanto sou licenciada e exeço a minha profissão sem estar inscrita numa ordem profissional. Só que apenas a inscrição e estágio nessa ordem me permitiriam fazer outro tipo de trabalhos, mais ou menos remunerados consoante a sua complexidade.
Acontece que quando acabei o curso não fiz o dito estágio, comecei logo a trabalhar. Depois fiquei desempregada, depois empregada de novo e não o fiz. Sempre achei que não o queria fazer. Custa algum dinheiro ainda. Este ano, com a oportunidade de me oferecerem a inscrição, e porque ainda estava no prazo ponderei, será que devo fazer?
Passei o fim de semana inteiro indisposta, com dores de cabeça e a pensar, pensar, pensar. Mentalizei a pergunta e meditei à espera da resposta. Não conseguia concluir se sim ou não. Toda a gente à minha volta disse "Ah, se fosse eu fazia", "eu aproveitava", "gostava muito que fizesses", bla, bla, bla, como se a questão fosse exclusivamente monetária. Só que não é. É mais do que isso. Precisava saber se queria mesmo ou não.
Na segunda feira, e ainda na dúvida, decido contactar uma conhecida para ver se me aceitaria como sua estagiária. Respondeu logo que não. Não tinha plano B. Tinha de fazer pedidos e mais pedidos para encontrar um lugar.
Ainda com dores de cabeça, fui ver mais uma vez a quantidade de coisas que eram necessárias para a inscrição. Vi logo uma incompatibilidade que me impediria de exercer livremente depois. Naquele momento e perante esse impedimento senti um alívio enorme, como se um peso me saísse de cima dos ombros. A dor de cabeça foi passando e fui-me sentindo muito melhor.
Se calhar eu sempre soube a resposta e só estava à procura de uma justificação para que os outros compreendessem a minha escolha, ou algo que a tornasse mais aceitável aos olhos dos outros. Sempre os outros.
Parei paa pensar um bocado. Afinal quem é que tem de escolher? Eu. Quem é que tem de saber o que quer fazer? Eu. Então porque é que não ouvi logo os sinais que o meu corpo me deu ao longo de todos os dias em que me predispus a decidir diferentemente daquilo que era a minha convição? A verdade é que nunca quis fazer aquilo. E continuo a não querer. Não sei qual é exatamente o meu caminho mas sei que não é por ali. Por agora. Portanto numa próxima espero não me esquecer de que a resposta está sempre lá, quanto mais não seja em pequenos avisos subtis que o nosso corpo nos vai dando.
Escutem-no, que ele sabe.
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