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Morrem-nos...e depois?

por Outra, em 02.11.16

A propósito deste post da Mula pus-me a pensar em como a nossa forma de encarar a morte e tudo o que lhe esteja associado pode mudar com o tempo (ou com a maturidade, ou com a aceitação).

Desde que perdi os meus avós fui habituada a ir ao cemitério com a minha mãe levar flores e tratar das campas. Perdi o meu pai e continuei a ir. Era quase como se as visitas que lhe fazia em vida passassem a ser feitas (com muito menos frequência é verdade) no cemitério, que era onde ele (ou pelo menos o que restava dele) estava. Cheguei ao ponto de ao fechar os olhos e tentar imaginar um lugar agradável, a minha mente levava-me precisamente para o cemitério...

Não sei se o tempo tem um efeito "apagador" ou se foi todo o processo de aceitação e autoconhecimento qeu fui fazendo, mas a verdade é que quatro anos depois sinto muito menos necessidade de lá ir, vou mesmo "quando" e "se" me apetecer... Ontem fui, acompanhar a minha mãe (que raras vezes deixou de ir), levar as flores e a vela (ritual que ela repete todas as semanas) mas curiosamente não me senti mais próxima dele por esse facto...

Levei muito tempo a aceitar a morte dele e todo o processo (de doença prolongada e incapacitante) que levou a isso e talvez agora que (acho) que o consegui me faça menos sentido por lá passar. Uma coisa é certa: a minha mudança de perspetiva não me faz sentir mal, antes pelo contrário, faço aquilo que acredito que deve ser feito, estou em paz com a minha consciência.

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publicado às 21:45


1 Tempero

De Anónimo a 04.11.2016 às 14:09

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