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Desafio de escrita dos Pássaros #2.6

por Outra, em 06.03.20

Oh não, outra vez um vírus!

Toda a gente fala do novo vírus, não sítio onde se esteja que não haja uma tv a passar informações sobre os novos casos, as suspeitas, as quarentenas e as especulações todas que vêm a seguir…

Eu já deixei de ver notícias há muito tempo e acho que é uma decisão sensata, a sério. Se todos os dias estivesse a receber repetidamente informações sobre o vírus, já estava mesmo paranoica!

Lá no hospital (e não, não sou da área de saúde, sei que esses estão mais expostos) criaram uma cabine, ou quiosque, ou sei lá que raio é …para pré-triar os potenciais infetados com o novo Covid-19. É que já nem chegam a entrar na urgência… É bem pensado. Prevenir que haja (potencial) contágio.

Na escola do meu filho já me avisaram de manhã, se tiver febre fica em casa. Assim, sem mais. Se estiver na escola e começar com febre temos de ir imediatamente buscá-lo, caso contrário o miúdo fica fechado numa sala à espera, com uma máscara posta à espera que vamos busca-lo.

E eu pergunto? What?! Mas é mesmo necessário este alarmismo todo? Ou sou eu que estou a subvalorizar a coisa? Cansam-se disto até ao verão? É que quero ir de férias!

Ate lá, vou-me rindo com as piadas bem boas que correm na internet a respeito…

 

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publicado às 15:00

Desafio dos pássaros #16

por Outra, em 03.01.20

Sobre a vida adulta: ainda não entendi o que é para fazer...

Achei sempre que não ia chegar à vida adulta. Sim, era um medo estúpido qualquer que não me deixava fazer grandes planos a longo prazo. Sabia só que não queria ser como toda a gente: ter um trabalho, uma casa, filhos, enfim, o que eu achava ser uma vida demasiado simples para mim. Queria fazer mais, ser mais...não sabia concretamente onde faria a diferença, mas tinha a certeza que faria...Soube apenas o que queria estudar...já não foi mau.

Tudo aquilo que achei simples demais naquela altura, deixei de achar e sim também quis um trabalho, uma casa, um filho. Descobri que a vida adulta traz muita coisa que não interessa: impaciência, rabugice, intrigas, conflitos, guerras no trabalho, guerras por causa de bens , pais que não falam com filhos, filhos que não falam com os pais.

Descobri que se é assim, então não entendi mesmo o que é para fazer! Porque na verdade o maior desta vida são as coisas pequenas, simples, aquelas da simplicidade que eu tanto desdenhava...E é nessas coisas simples que me revejo...

Só sei o que não é para fazer. O resto, vou descobrindo.

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publicado às 18:00

Desafio dos pássaros #15

por Outra, em 03.01.20

 Sobre o tema #15, o Rodolfo (Escreve-se com O , não com U) ficou tão traumatizado com o facto de lhe escreverem mal o nome que decidiu que a única prova a que submeteria o novo pai-natal seria um desafio de escrita...do seu nome...

Sabem que mais? estragava-se o natal se não fosse um rapazinho chamado Rodolfo que chegou e passou com distinção no teste!

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publicado às 17:30

Desafio dos Pássaros #14 - Não nasci para isto

por Outra, em 19.12.19
Ser tralheira e acumular coisas, 
Ser mãe de mais do que um filho,
Fazer dieta,
Correr,
Fazer fretes,
Gostar de política ou de mariscos,
Tolerar gente cínica, falsa,intriguista e malandra
Não trabalhar,
Jogar cartas,

Calar-me perante injustiças,
Escrever em dias marcados,
Não, não nasci para isto...

 

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publicado às 17:14

Desafio dos Pássaros #13

por Outra, em 12.12.19

Não vou mentir. Este foi de longe o pior tema que me podiam propor para escrita. Não que não goste de cinema, gosto. Mas não me lembro assim ao detalhe dos fins dos filmes a ponto de os reescrever. Os que gosto muito, não lhes mexia nem um bocadinho. Um exemplo é o Forrest Gump. Antigo, eu sei. Mas também já sou...

Daqueles filmes que poderia reescrever o final, lembrei-me da cinderela...vou tentar...

Na versão clássica, quando soam as doze badaladas, o feitiço desfaz-se e a cinderela fica sem o belo vestido que usou para levar ao baile  e sem a carruagem para a levar de volta a casa (porque se transforma em abóbora). Mas deixa para trás um dos sapatinhos de cristal que levava calçados...No dia seguinte, o príncipe pega no tal sapatinho e percorre o reino à procura do pé em que ele calça na perfeição. E a felizarda é a Cinderela, pois claro! Casa com o príncipe e são felizes para sempre!

Na minha versão , quando soam as doze badaladas, tudo se transforma em abóboras, o vestido, a carruagem e os sapatos. Então, no dia seguinte, o príncipe, tendo ficado muito desconcertado com a quantidade de abóboras na escadaria do seu palácio, pensou  e pensou como poderia encontrar aquela doce rapariga que tinha dançado com ele?! Não havia pista nenhuma acerca dela, nada de nada. Ele lançou um repto ao reino : a donzela que soubesse transformar aquelas abóboras em algo com sabor divino, teria uma grande recompensa...Cinderela apresentou-se no palácio e fez doce de abóbora, que o príncipe provou e adorou. Embora a tivesse reconhecido logo, deixou-a fazer a sua magia, e como combinado pagou-lhe a recompensa que tinha prometido. Ela recebeu e foi-se embora. Arrranjou uma pequena casa e passou a fazer doce de abóbora para vender para todo o reino, tornando-se auto-suficiente. Viveu feliz para sempre, sem principe mas com a melhor companhia, a dela própria!

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publicado às 15:12

Desafio dos Pássaros #12

por Outra, em 05.12.19

Acordo quase sempre à mesma hora com o chilrear. São eles outra vez. Os pássaros. Atrás da minha casa, nesse tempo, que parece um outro tempo tão distante, existiam muitas árvores de fruto onde os pássaros faziam os seus ninhos. Não era raro irmos à procura deles. Sabíamos que eram de melro preto ou de papinha (não sei qual o nome verdadeiro destes pássaros...) Os adultos avisavam-nos sempre: "podem ir lá ver o ninho mas se houver lá ovos, não lhes toquem, porque as mães percebem e depois enjeitam os ovos, e não há passarinhos". Nós andávamos sempre lá à volta para ver quando é que finalmente apareceriam os pássaros. Primeiro, eram umas criaturas minúsculas, quase só se lhes distinguia o bico. Depois iam crescendo, crescendo, até que certo  dia chegávamos lá e o ninho estava vazio...aí sim já lhe podíamos mexer e perceber de que era feito, um monte de ervas e paus pequeninos encostadinhos uns aos outros, numa construção de certeza demorada e minuciosa. Era um tempo mágico, da primavera ao verão...sempre ao som daqueles pássaros que nunca se calavam.

Hoje, há poucas árvores lá. Mesmo assim, esta primavera vou levar o meu filho e vamos procurar juntos por um ninho de melro preto ou de papinha, para que ele guarde também a magia de ver, primeiro os ovos, depois os pássaros e finalmente perceber que já lá não estão porque aprenderam a voar... 

 

 

 

 

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publicado às 13:30

Desafio dos Pássaros tema #11

por Outra, em 22.11.19

Um dia na tua família… do ponto de vista do teu animal de estimação*

Será que falta muito para a dona sair para trabalhar? Mal posso esperar para me esgueirar lá para dentro para a cama da dona mais nova. Se o dono me deixar entrar como já é seu costume…ele vai levá-la ao trabalho e não são raras as vezes em que me deixa entrar.

Desculpem, nem me apresentei. Sou a “Melas”, diminutivo de ramelas. Sou uma gata tricolor e pertenço à 4.ª geração de gatos nascidos nesta casa. Por isso nasci com um problema nos olhos. Ninguém dava nada por mim. Foram os mais novos que trataram de mim e me limparam os olhos todos os dias…Mas vamos lá a um dia de aventura aqui em casa.

Quando a dona sai, o dono deixa-me entrar em casa. Vou de mansinho e salto para a cama da dona mais nova, aninho-me ali por cima da manta junto às pernas dela ou ao pé da cabeça. Espero que ela nem perceba que estou ali porque senão quer puxar-me e fazer festas, e isso é coisa que hoje não me apetece.

Ficamos as duas a dormir e quando ela se levanta também para ir trabalhar, sigo-a e fico à espera dela na porta da casa de banho. Ela vai tomar o pequeno-almoço depois. Há de chegar qualquer coisa para mim. Fiambre, queijo, mmmm maravilha.

Depois de todos saírem para trabalhar fico nas redondezas, a passear, caçar se me der fome e se estiver sol estendo-me no quintal…

Ao fim da tarde chegam todos, uns com mais pressa, outros nem tanto. Enquanto a dona trata do jantar vou-me enrolando nas pernas dela a ver se a convenço a fazer-me uma festa, ou a ir dar-me comida. Tenho sempre fome. Mas ela não facilita. Não me liga nenhuma.

Os mais novos chegaram. É hora de mimo. São capazes de estar um tempão a fazer-me festas. Ronrono de felicidade. Na hora de jantar deixo-me ficar debaixo da mesa sossegada enquanto jantam e conversam. Dão-me sempre algo para comer.

A minha parte favorita do dia é quando vão para a sala, ver televisão. Aninho-me num colo, ou junto das almofadas e ali fico a dormir. O que mais gosto é que sinto que estou mesmo em casa.

*Neste momento não tenho nenhum animal de estimação, mas já tive alguns em casa dos meus pais e este texto vem dessas memórias.

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publicado às 15:00

Desafio dos Pásaros #10

por Outra, em 19.11.19

Já chegamos? Já chegamos?

Verão de 2014. Era a segunda vez que organizávamos a nossa viagem de férias todos juntos. 6 amigos que tinham sido muito felizes o ano anterior numas férias nas ilhas canárias.

Gostamos de praia. Fazer o quê? E de hotéis com tudo incluído. Tardes de piscina e copos e conversas, ora sérias, ora parvas.

Mas não íamos repetir o destino. Por coincidência um amigo casaria em Lisboa, pelas mesmas datas. Então, porque não juntar as duas coisas? Assim foi. Para poder conseguir tudo aos melhores preços (que a malta das ilhas paga caro para sair) reservei tudo num site daqueles que agregam tudo: voos, hotéis, transferes…e aqui está o busílis da questão…

Como a malta é poupadinha, optei pelo transfere mais barato. Autocarro. Partilhado por muitas outras pessoas que iam para outros hotéis em Palma. Se em Canárias aquilo demora uma hora e pouco, em palma não poderia demorar muito mais. Pois…só que escolhemos um hotel da cadeia RIU, porque era o que já conhecíamos…e então achámos por bem não arriscar outro.

O autocarro estava cheio. Uma hora depois olhávamos uns para os outros: Já chegamos? Parece que ainda não. Duas horas depois e ainda sem ter deixado nenhum passageiro em nenhum hotel …Já chegamos? Ao fim de duas horas e meia lá começamos a deixar gente…em hotéis. Fazíamos com cada desvio. Bem, a coisa começava mal. Mas também…não poderia faltar assim tanto, pois não? Três horas. Já chegamos? Será que nos enganamos? Não pode ser, tinham lá o nosso nome…Quatro horas. Já chegamos? Mas afinal vamos dar a volta à ilha para chegar ao hotel? Cinco horas, cinco horas. Já chegamos? Já chegamos? Finalmente chegamos.

Mas porque não se vê logo o hotel? Que fim de mundo. Andamos mais um bocado, já depois de ver a placa. Casas pequenas de um lado e de outro. Era isto o hotel. Já chegamos? Já chegamos? Ufa ao menos ali está a receção. E que casas nos deram? Umas que ficavam bem no topo do empreendimento, longe da receção. Arrastamos as malas todos rabugentos uns com os outros e eu desejosa de desaparecer…afinal era eu que tinha reservado…sem sequer ver o tempo que demorava o raio do transfere. Já chegamos? Já chegamos? Ah , parece que são ali. Entramos…porra tinha de me calhar o quarto com a cama partida?? Mas ao menos já chegamos! E no fim as férias foram como sempre quando estamos com amigos. Ótimas!

 

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publicado às 10:25

Desafio dos Pássaros #9

por Outra, em 15.11.19

(Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta )

Tenho frio, tento puxar a manta,

Não percebo, mas que raio aconteceu?

Abro os olhos e vejo areia, é tanta!

Não consigo entender onde estou

Que dia é hoje ou como aqui cheguei,

Não me lembro de nada do que se passou!

Uma coisa é certa, não gosto de dormir nua

Pelo menos umas cuecas,

Não vá ter de me levantar e sair disparada para a rua!

Gosto da ideia da ilha deserta

Mas preferia acordar acompanhada

Ia haver diversão na certa!

 

 

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publicado às 00:26

Desafio dos pássaros Tema #8

por Outra, em 15.11.19

Fecha os olhos. Relaxa. Imagina que tens à tua frente um caminho estreito, ladeado de árvores. Vais caminhando, absorvendo o ar puro, apreciando as cores da natureza à tua volta, a beleza da copa das árvores e sente os raios de sol que te vão acarinhando ao longo deste passeio. O trilho é de terra batida e está coberto de ervas. Quanto mais avanças, mais te embrenhas nesta floresta, onde sem saber bem porquê te sentes tranquila…

No fim do trilho há uma clareira. Ao te aproximares percebes que está lá alguém, que pelo tamanho só pode ser uma criança. Ela vira-se para ti. O seu rosto é familiar, estás a ver-te pequenina, criança. O que é que dirias àquela criança?

Primeiro, sorrio. Depois volto lá, àquele tempo em que, pequena, já me sentia pouco merecedora de coisas boas…O sorriso dá lugar às lágrimas, e não consigo parar. Digo(-me): mereces ser feliz, mereces coisas boas! Gosta de ti. E sorri. És especial, como cada indivíduo e nunca penses merecer menos, ser menos. Gosta de ti, e Sorri. A vida vai dar-te coisas boas.

 

*Este post é a transcrição pequena de uma meditação que fiz há tempos, portanto é real…

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publicado às 00:26


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