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As mãe também são más, mesmo as que são boas

por Outra, em 24.02.20

Estamos longe de imaginar a influência (positiva e negativa) que podemos ter nos nossos filhos, e a qual também absorvemos dos nossos pais, e mais particularmente das nossas mães...

Sempre tive na minha mãe uma referência: persistente, trabalhadora, enérgica, amorosa, prestável, compreensiva... Mas acho que nunca tinha entendido que no reverso destas caraterísticas estaria a exigência, as elevadas expectativas, a cobrança, o julgamento até...

Não me entendam mal. Eu tenho as melhores coisas a dizer sobre a minha mãe. Mas se parar para pensar bem, ela consegue fazer-me sentir mal quando as coisas não correspondem extamente às expectativas dela...e isso esmaga-me.

Tenho 38 anos, portanto deveria ter a segurança de fazer as minhas escolhas de acordo com aquilo que gosto, mesmo que não seja (e não é) exatamente aquilo que ela gosta. Percebi que a opinião dela (que facilmente se transforma em crítica/julgamento) ainda me condiciona muito, ao ponto de me preocupar ainda com "qual vai ser a reação dela?".

Às tantas eu é que estou a pensar mal, mas não consigo simplesmente não me importar com  o que ela possa pensar ou com as suas reações. E mesmo conseguindo antecipá-las, ela ainda consegue fazer-me sentir como uma criança pequena que acabou de fazer alguma coisa que não devia...

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publicado às 13:05

a propósito

por Outra, em 09.01.20

Ali o Dr. Doutor, que sigo com muita atenção, fez-me lembrar o início deste blog. O meu 1.º post. Fui lá ler. Não dizia nada de especial, apenas me descrevia minimamente. Só que esse primeiro post não conta uma coisa muito importante. Este não foi o meu primeiro blog. Pois não. E não há amor como o primeiro. Só que, por vaidade, contei a algumas pessoas que o tinha. Deixou de ser tão privado como eu gostaria...mesmo assim continuei. Só que, contei lá a minha história do parto, que se passou no único hospital da zona, que conheço demasiado bem...Assim optei por fechar esse blog e abrir este, sem nunca ter contado a ninguém da sua existência.

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publicado às 13:45

Desafio dos pássaros Tema #8

por Outra, em 15.11.19

Fecha os olhos. Relaxa. Imagina que tens à tua frente um caminho estreito, ladeado de árvores. Vais caminhando, absorvendo o ar puro, apreciando as cores da natureza à tua volta, a beleza da copa das árvores e sente os raios de sol que te vão acarinhando ao longo deste passeio. O trilho é de terra batida e está coberto de ervas. Quanto mais avanças, mais te embrenhas nesta floresta, onde sem saber bem porquê te sentes tranquila…

No fim do trilho há uma clareira. Ao te aproximares percebes que está lá alguém, que pelo tamanho só pode ser uma criança. Ela vira-se para ti. O seu rosto é familiar, estás a ver-te pequenina, criança. O que é que dirias àquela criança?

Primeiro, sorrio. Depois volto lá, àquele tempo em que, pequena, já me sentia pouco merecedora de coisas boas…O sorriso dá lugar às lágrimas, e não consigo parar. Digo(-me): mereces ser feliz, mereces coisas boas! Gosta de ti. E sorri. És especial, como cada indivíduo e nunca penses merecer menos, ser menos. Gosta de ti, e Sorri. A vida vai dar-te coisas boas.

 

*Este post é a transcrição pequena de uma meditação que fiz há tempos, portanto é real…

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publicado às 00:26

Pastilhas cor de rosa

por Outra, em 12.11.19

Hoje tenho dores de cabeça. Tenho de ir à Farmácia comprar comprimidos. Uma caixa deles, mesmo que agora só precise de um. Nem sempre precisei de ir à farmácia. Era só preciso ir à venda dos meus avós.

Na venda (Tradução para mercearia em "madeirense") do meu avô vendia-se um bocadinho de tudo. Até medicamentos. Sim, que sou dotempo em que as farmácias não estavam assim à mão de semear e as pessoas não compravam caixas de ben-u-ron para ter em casa , just in case. Nada disso. Aviava-se uma receita quando se ia ao "doutor". Em caso de dores súbitas, havia a venda.

Dentro de uma das vitrines havia uma lata retangular com tampa (tipo caixa de biscoitos de manteiga) com umas flores da parte de fora, já meia ferrugenta de antiga que era. Quando se abria, encontrava-se meia dúzia de caixas de pastilhas (não comprimidos!) para as maleitas mais comuns:

Pastilhas cor de rosa - Para as dores de cabeça (eram Melhoral, acho eu, ou dolviran...sei que eram cor-se rosa)

Melhoral infantil - para estados gripais e dores da criançada

Pastilhas da barrga - Eram acastanhadas e serviam para parar diarreias...

Junto com as caixas havia uma tesoura, imaculada, que só era usada para aquele fim: cortar a quantidade de comprimidos exata que o freguês precisava, que depois eram embrulhado num bocadinho de papel para não se perder...Não me  lembro do preço, mas sei que não se desperdiçavam. Comprava-se apenas a quantidade que se precisava. Gostava quando o meu avô ou a minha avó me deixavam assumir aquela tarefa tão importante de vender as pastilhas. Que raramente se pagavam na hora. Escrevia-se no rol do freguês, para pagar no fim do mês.

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publicado às 13:43

Diário da Gratidão - Update

por Outra, em 01.09.19

Não consegui levar por muito tempo o desafio do diário da gratidão. não me levem a mal. Não é que não a pratique mas a verdade é que perdi um bocado a vontade de escrever sobre isso (e tudo o resto na verdade).

Desta vez também não estou a participar no grpo do livro secreto. No fundo fui-me desligando das coisas e deixando passar o tempo. Talvez por achar que a  minha vida não tinha nada de interessante a ser partilhado, talvez por me sentir num marasmo...mas decidi que não pode continuar assim. 

Então vamos lá a ver se, devagari ho isto se vai começando a compor...sem nenhuma ordem específica. Vou escrever se, e quando me apetecer. Na verdade adoro a interação que se cria neste simpático bairro.

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publicado às 00:10

A maior lição de 2018

por Outra, em 31.12.18

2018 não foi um ano fácil. Pelo contrário, foi um ano bastante complicado.

Dos objetivos que tracei no início do ano, muitos ficaram por cumprir. Outros nem tinham sido pensados e foram, mesmo assim, concretizados. 

Voltei a sentir a ansiedade como já não acontecia há muitos anos. Passei meses difícieis e tive de lutar um bom bocado parasentir-me melhor. Lá para o meio de 2018 é que consegui estabilizar...ainda tenho dias complicados...

Os meus maiores objetivos eram de desenvolvimento pessoal, ganhar consciência das coisas boas, mudar o chip, aprender a sentir-me grata pelo que tenho em vez de olhar para aquilo que (acho) me falta...Fazer tudo por ter paz interior e não esperar demasiado dos outros.

Apesar de todas as coisas negativas que a ansiedade me trouxe, também me fez perceber que tenho de ser melhor comigo mesma: mais tolerante, mais compreensiva, aprender a perdoar-me, não ser tão exigente, aceitar que tenho os meus limites e que de vez em quando não faz mal ficar cansada e "fraquejar". 

Se tivesse de escolher 3 palavras para definir o ano, seriam: Aprendizagem, resiliência, gratidão.

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publicado às 16:28

Presta atenção: o corpo responde!

por Outra, em 04.10.18

Quantas vezes nos deparamos com decisões difíceis? Quantas vezes andamos a moer dias e dias até termos uma resposta? Quantas vezes ficamos a moer outros tantos dias depois de tomarmos a decisão? Será que foi a certa? Ou a errada?

Falo por mim, sou indecisa. Ou melhor, tenho a mania de querer saber as opiniões dos outros acerca das decisões que devem ser só minhas. Mania antiga de procurar aprovação para tudo o que faço...

Portanto sou licenciada e exeço a minha profissão sem estar inscrita numa ordem profissional. Só que apenas a inscrição e estágio nessa ordem me permitiriam fazer outro tipo de trabalhos, mais ou menos remunerados consoante a sua complexidade.

Acontece que quando acabei o curso não fiz o dito estágio, comecei logo a trabalhar. Depois fiquei desempregada, depois empregada de novo e não o fiz. Sempre achei que não o queria fazer. Custa algum dinheiro ainda. Este ano, com a oportunidade de me oferecerem a inscrição, e porque ainda estava no prazo ponderei, será que devo fazer?

Passei o fim de semana inteiro indisposta, com dores de cabeça e a pensar, pensar, pensar. Mentalizei a pergunta e meditei à espera da resposta. Não conseguia concluir se sim ou não. Toda a gente à minha volta disse "Ah, se fosse eu fazia", "eu aproveitava", "gostava muito que fizesses", bla, bla, bla, como se a questão fosse exclusivamente monetária. Só que não é. É mais do que isso. Precisava saber se queria mesmo ou não.

Na segunda feira, e ainda na dúvida, decido contactar uma conhecida para ver se me aceitaria como sua estagiária. Respondeu logo que não. Não tinha plano B. Tinha de fazer pedidos e mais pedidos para encontrar um lugar.

Ainda com dores de cabeça, fui ver mais uma vez a quantidade de coisas que eram necessárias para a inscrição. Vi logo uma incompatibilidade que me impediria de exercer livremente depois. Naquele momento e perante esse impedimento senti um alívio enorme, como se um peso me saísse de cima dos ombros. A dor de cabeça foi passando e fui-me sentindo muito melhor.

Se calhar eu sempre soube a resposta e só estava à procura de uma justificação para que os outros compreendessem a minha escolha, ou algo que a tornasse mais aceitável aos olhos dos outros. Sempre os outros.

Parei paa pensar um bocado. Afinal quem é que tem de escolher? Eu. Quem é que tem de saber o que quer fazer? Eu. Então porque é que não ouvi logo os sinais que o meu corpo me deu ao longo de todos os dias em que me predispus a decidir diferentemente daquilo que era a minha convição? A verdade é que nunca quis fazer aquilo. E continuo a não querer. Não sei qual é exatamente o meu caminho mas sei que não é por ali. Por agora. Portanto numa próxima espero não me esquecer de que a resposta está sempre lá, quanto mais não seja em pequenos avisos subtis que o nosso corpo nos vai dando.

Escutem-no, que ele sabe.

 

 

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publicado às 09:11

Três

por Outra, em 19.09.18

Três anos.

Já se passaram 3 anos desde que nasceu o meu pequeno. Por um lado parece que foi há uma eternidade, por outro não consigo entender como é que o tempo corre tanto...

Nos dias que antecedem a data do aniversário (15/09) não consigo deixar de me lembrar com algum detalhe dos momentos e das horas em que as coisas aconteceram. Muitas coisas apaguei, mas há ali muito que ficará para sempre gravado na minha memória. E é estranho, é quase como se me sentisse mais vulnerável...o ano passado fiquei doente. E este ano outra vez....estranho. Parece que o meu corpo também guardou as memórias.

Nem tudo foi fácil. Quase nada foi, na verdade. O primeiro mês é para esquecer. A sério. O primeiro ano é sem dúvida o mais difícil. Nascem os pequenos e nascem também as mães. E saber quem somos depois deles também é uma série de descobertas...

Aprendi sobretudo a amar incondicionalmente aquele ser, mesmo quando me faz perder a paciência. Mas aprendi a não me esquecer de mim, que o meu tempo a "sós" é determinante para que eu seja uma melhor mãe.

Contra tudo o que imaginei, e vendo a "big picture", é bom ser mãe. Não há nada que se compare a este amor. E foi olhando para as coisas boas da maternidade que tenho conseguido dar a volta às outras, menos boas.

Não há nada tão doce como aquele abraço de braços pequeninos acompanhado de "Tinha muitas saudades de ti"...Parabéns meu pequeno.

 

 

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publicado às 09:11

Foi o Morrie

por Outra, em 12.09.18

Não, não ando a ler nenhum livro de autoajuda do Gustavo Santos (ou outro autor qualquer desses "do bem", o que quer que isso queira dizer).

Já me tinha consciencializado de que preciso mudar o Chip, acreditar que mereço ser feliz e fazer tudo por isso. Mas de pensar a fazer vai ainda uma distância, ou se calhar há um momento em que há um click, sei lá...

Com estas ideias já em mente, recebi o livro secreto para o mês de agosto: As terças com Morrie. E se achei, à primeira vista, que não o escolheria...tudo mudou quando comecei a ler. O Morrie veio mostrar-me que estou no caminho que quero estar...de encontrar a felicidade em bocados pequenos dos dias, em gestos aparentemente insignificantes...sem grandes megalomanias. Dando valor ao que tenho, às pessoas e não às coisas.

Fotografei imensas passagens a que quero regressar sempre que me desvie do caminho...deixo apenas algumas que me fizeram pensar:

"Estamos demasiado envolvidos em coisas materialistas, e elas não nos satisfazem. As relações de amor que temos, o universo à nossa volta, tomamos estas coisas como certas."

"É muito simples.À medida que cresces, aprendes mais. Se ficasses sempre pelos 22 anos, serias sempre tão ignorante como eras aos 22 anos. Sabes, envelhecer não é só decadência. É crescimento."

"Tens que encontrar o que é bom e verdadeiro na tua vida, tal como é agora. Olhar para trás torna-te competitivo. E a idade não é tema de competição.

"Digo-te simplesmente que não há experiência como a de ter filhos. É tudo. Não existe substituto possível. Não podes tê-la com um amigo.Não podes tê-lo com um amante. Se desejasa experiência de ter completa responsabilidade por outro ser humano, e aprender a amar e a ligar-teda maneira mais profunda possível, então deves ter filhos."

"Saber que se vai morrer, e estar preparado para isso a qualquer momento. É melhor. DEssa maneira podes realmente estar mais envolvido na vida enquanto estás vivo."

 

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publicado às 11:40

Breves #29

por Outra, em 11.09.18

Bonito, bonito é receber sem esperar. Duas pessoas no mesmo dia a oferecerem-se para me ajudar com a festa do miúdo.

Tudo o que vai, volta. E quando dás sem querer em troca, um dia recebes sem esperar também.

 

 

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publicado às 11:02


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